O papel do pedagogo na construção do fazer pedagógico



PRÁTICA ESCOLAR E PRÁTICA EDUCATIVA

O PAPEL DO PEDAGOGO NA CONSTRUÇÃO DO FAZER PEDAGÓGICO

Partindo do pressuposto de que se faz necessária uma redefinição no papel do professor pedagogo, é impossível não se discutir a relação entre sociedade, educação e trabalho. As mudanças nas formas de organização do trabalho e das relações sociais ocorridas no final do século passado propuseram novas demandas de mercado, estabelecendo assim outros rumos para a educação. Os modos de produção que se baseavam em tecnologias rígidas Taylorismo/fordismo, substituída pela tecnologia de base microeletrônica , com a globalização da economia, que gerou na realidade a conexão em tempo real do capital, causaram grandes impactos nos processos de produção, trazendo assim, necessidades de grandes mudanças dos processos pedagógicos no interior das escolas.

Dentro deste processo de reestruturação produtiva, passou-se a exigir um novo perfil de colaborador, exigindo-se assim, entre outros, maior responsabilidade, capacidade de argumentação, capacidade para trabalho em equipe, iniciativa, autonomia, criatividade etc. Esse processo provocou mudanças estruturais tanto no mercado de trabalho, quanto nas demandas formuladas à escola. Assim, os novos professores precisaram adaptar-se às novas exigências e considerando que mudanças econômicas, políticas e sociais refletem também na educação, fez-se necessário buscar também para os mesmos um novo perfil e nova postura frente a esta realidade.

Encontramos em Kuenzer (1998), a defesa para a construção deste novo perfil, visto que a sociedade capitalista, da forma que se apresenta, traz em seus discursos e práticas processos de exclusão social que precisam ser compreendidos para que, através de um trabalho pedagógico com propostas alternativas, possamos como ponto de partida nos perguntar: Queremos uma educação que mantenha a realidade em que vivemos ou uma educação que contribua para a transformação desta mesma realidade. O papel do pedagogo surge paralelo a essas novas exigências e dentro dos princípios de uma gestão democrática, buscando um professor que tenha como referências a ética profissional, atitude investigativa e a flexibilidade, pois em sua prática pedagógica deve considerar a questão cultural que compõe o universo a ser trabalhado, pois poderá assim dar ênfase na dimensão social e humana que o universo escolar está contextualizado, organizando melhor a escola enquanto ambiente educativo. A formalização de complexas tarefas pode ser vista nas Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia, aprovado em 16 de maio de 2006, pelo Conselho Nacional de Educação. Como nos coloca Kuenzer (2002), há de se considerar que, sendo a flexibilidade, um dos quesitos no novo perfil desse profissional da educação, resta-nos analisar, se a recomposição da unidade no trabalho pedagógico se constitui de fato em tomada do processo como totalidade ou apenas em ampliação de tarefa, portanto, polivalência (Kuenzer, 2002. p. 61). Nessa concepção, algumas evidências podem ser observadas: de um lado temos o discurso pela formação de novos profissionais flexíveis, com poder de decisão, autonomia, etc.; e, por outro lado, o poder de criar e de intervir nos processos educacionais fica distante de se tornarem realidade, uma vez que esses profissionais não tiveram formação acadêmica para tal e ao longo de sua carreira, não tiveram ainda a capacitação continuada necessária, dentre outros fatores. Pelas práticas e resultados de pesquisas realizadas por Zibas (2003), encontram-se atreladas também a outros problemas, as dificuldades de interação entre os docentes e professores pedagogos para a organização do fazer pedagógico, devido ao tempo escasso para reuniões pedagógicas, e estas quando acontecem, há muita falta de professores, pelo fato de estarem conciliando o horário estabelecido em calendário escolar, com outros estabelecimentos de ensino, em vista ao seu vínculo em mais de uma instituição. Percebemos assim, que a educação, como o próprio contexto econômico, social, político e cultural, apresentam permanentes contradições, contradições estas, que provocam constantemente, necessidades de um novo olhar, um novo caminhar e um novo fazer Assim, independente do termo que se aplica hoje, ao profissional pedagogo, ou seja, Supervisor Educacional, Orientador Educacional ou Professor Pedagogo, a sua prática e a sua visão de mundo, de sociedade, de trabalho, de política e de economia é que fará a diferença. Garcia (1995), quando aborda a importância do trabalho do pedagogo, ao estabelecer metas e construir de forma investigativa e satisfatória o processo educacional juntamente com os educadores, salienta que para cumprir esse papel é preciso segurança ao transmitir esse saber e para saber é preciso estudar.

Há ainda que considerar o despertar da criticidade entre professores e alunos, no sentido de desestabilizá-los, apresentando em seguida, sugestões. Nesta perspectiva, o trabalho na escola deverá ser desenvolvido no sentido de explicitar para toda a comunidade escolar o porquê das mudanças, bem como as contradições que podem ser encontradas nessa sociedade, de modo a construir uma escola de qualidade, sendo esta a nossa pretensão ao pensar no aluno e na classe trabalhadora. Ao romper com a figura do Orientador Educacional e do Supervisor de Ensino, abrindo espaço para um novo tipo de profissional da educação, conceituado como professor pedagogo percebe-se a importância em organizar, dentro de um espaço possível, momentos de discussão, onde possa ser oportunizado a todos os envolvidos no processo educacional o conhecimento e a sistematização dessa nova forma de trabalho, de modo a articular e não fragmentar os processos educativos.

Com tantas contradições postas, podemos perceber que no Brasil, alguns avanços já foram alcançados, como por exemplo, as mudanças trazidas pela reformulação da LDB e pela proposição de diretrizes curriculares que vislumbram outra formação implicam de fato em mudanças no trabalho pedagógico das escolas.

A este respeito, Libâneo (2006) tece algumas críticas. Com suas palavras destaca: ”...é preciso reconhecer que os reais problemas estão em outro lugar, eles estão nas escolas mal organizadas e geridas, na precária formação do professorado, no baixo desempenho escolar dos alunos. A pesquisa da formação profissional tem uma ferida aberta que é o descompasso entre a definição de dispositivos legais e a realidade cotidiana das escolas. Todos sabemos que nossa escola padece de muitas carências e de muitos problemas crônicos – a pobreza das famílias, o baixo salário dos professores, a desvalorização social da profissão de professor, as precárias condições físicas e materiais das escolas, a repetência, a defasagem idade-série escolar, as dificuldades de aprendizagem dos alunos, fatores esses que contribuem para o rebaixamento da qualidade de ensino.

Há outras incidências do contexto sociocultural da escola tais como, a intensificação da urbanização que, junto a outros fatores, provocam a ampliação da diversidade social e cultural dentro da escola; o impacto dos meios de comunicação na vida escolar e na aprendizagem dos alunos; mudanças nos processos internos do aprender dos alunos; fragilidade das formas de organização e gestão da escola em meio a mudanças abruptas na organização curricular como os ciclos e integração de portadores de necessidades especiais; dificuldades do professorado em adequar-se a essas mudanças, acentuadas com a falta de domínio de conteúdos e metodologias das disciplinas, perplexidade frente a problemas ligados à violência, ao uso de drogas, à sexualidade precoce dos alunos, ao controle da disciplina na classe.

Ainda, segundo o autor, não é a reformulação legal do curso de pedagogia que trará a solução para esses problemas, segundo ele: “... uma sensibilidade maior às demandas e exigências formativas vindas da escola poderá favorecer uma melhor formação profissional, pois é disto que se trata. Parte das confusões da legislação e das dificuldades em se obter consenso sobre os currículos decorrem da falta de realismo em captar necessidades e demandas das escolas e dos professores. Penso que não estamos sabendo subordinar as políticas de formação de professores às políticas para a escola e para a aprendizagem dos alunos, e uma das razões disso está no distanciamento de alguns segmentos de educadores das questões concretas que envolvem o funcionamento da escola e o trabalho dos professores”. Mais uma vez, evidencia-se a importância de compreendermos a escola no contexto social, econômico, político e educacional, para podermos, por meio de ações, provocar mudanças. Precisamos conhecer também a realidade e as necessidades da comunidade escolar, principalmente do aluno trabalhador do período noturno, para direcioná-la ao entendimento desse contexto maior, não só preparando para o mercado de trabalho, para a cidadania ou para o prosseguimento de estudos, mas prepará-los para prosseguir para qualquer uma dessas dimensões, com espírito crítico, conhecimento científico e histórico cultural suficiente para atuar na sociedade de forma não alienada e desumana. Observamos que os alunos ao se matricularem no ensino médio noturno, em sua maioria, o fazem por ter nesse período a única opção de prosseguimento de estudos e um espaço para aquisição de uma educação formal, pelo fato de que para manter a sua sobrevivência, precisam de um trabalho durante o dia. Mas, esse fato não justifica práticas pedagógicas não planejadas e muito menos um ensino reducionista, ao que se refere à aprendizagem. Pelo contrário, a escola tem que usar de sua autonomia, para que na construção de seu projeto político pedagógico, possa relacionar a situação desses alunos com um contexto social mais amplo. Com todas as contradições, é possível uma formação digna para os novos Professores, que lhes permitam  compreender essas relações de trabalho por vezes competitivas e excludentes, dando-lhes assim condições de se organizarem para entender como funciona de verdade a educação no Brasil.

Artigo > Prof. Marcos L Souza
Licenciado em: Pedagogia, História, Música e Educação Física . Pós-graduado em Psicopedagogia, Ed especial, Alfabetização e Letramento, Ludipedagogia.  Mestre em Educação e Ciências da Religião. Consultor, formador de educação Inclusiva, pesquisador, palestrante, escritor e cronista. Mestre em Educação e Ciências da Religião. Membro da ULA ( União Literária de Anápolis). Membro da ALBA (Academia de Letras do Brasil cadeira 23).

Informações >  Whatsapp 62 99222 5377 Assessoria  e consultoria Pedagógica.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANHA, A. V. S. O conhecimento tácito e a qualificação do trabalhador. In: Trabalho & Educação. n. 2, Belo Horizonte: Revista do NETE/FaE/UFMG, 1997. CARVALHO. C. P. Alternativas metodológicas para o trabalho pedagógico voltado ao curso noturno. Série Ideias n. 25. São Paulo: FDE, 1998.
___________. Ensino noturno: realidade e ilusão. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2001. CORDEIRO, D.; COSTA, E. A. de P. Jovens pobres e a educação profissional no contexto histórico brasileiro. Disponível em: . Acesso em: 25 de novembro de 2007. FERREIRA, N. S. C; AGUIAR, M. A. S. (orgs). Para onde vão a orientação e a supervisão educacional. Campinas, SP: Papirus, 2002. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. FRIGOTTO, G. (Org.) (1998). Educação e crise do trabalho: Perspectivas de final de século. Petrópolis, Brasil: RJ: Vozes.




PRÁTICA ESCOLAR E PRÁTICA EDUCATIVA

O PAPEL DO PEDAGOGO NA CONSTRUÇÃO DO FAZER PEDAGÓGICO

Partindo do pressuposto de que se faz necessária uma redefinição no papel do professor pedagogo, é impossível não se discutir a relação entre sociedade, educação e trabalho. As mudanças nas formas de organização do trabalho e das relações sociais ocorridas no final do século passado propuseram novas demandas de mercado, estabelecendo assim outros rumos para a educação. Os modos de produção que se baseavam em tecnologias rígidas Taylorismo/fordismo, substituída pela tecnologia de base microeletrônica , com a globalização da economia, que gerou na realidade a conexão em tempo real do capital, causaram grandes impactos nos processos de produção, trazendo assim, necessidades de grandes mudanças dos processos pedagógicos no interior das escolas.

Dentro deste processo de reestruturação produtiva, passou-se a exigir um novo perfil de colaborador, exigindo-se assim, entre outros, maior responsabilidade, capacidade de argumentação, capacidade para trabalho em equipe, iniciativa, autonomia, criatividade etc. Esse processo provocou mudanças estruturais tanto no mercado de trabalho, quanto nas demandas formuladas à escola. Assim, os novos professores precisaram adaptar-se às novas exigências e considerando que mudanças econômicas, políticas e sociais refletem também na educação, fez-se necessário buscar também para os mesmos um novo perfil e nova postura frente a esta realidade.

Encontramos em Kuenzer (1998), a defesa para a construção deste novo perfil, visto que a sociedade capitalista, da forma que se apresenta, traz em seus discursos e práticas processos de exclusão social que precisam ser compreendidos para que, através de um trabalho pedagógico com propostas alternativas, possamos como ponto de partida nos perguntar: Queremos uma educação que mantenha a realidade em que vivemos ou uma educação que contribua para a transformação desta mesma realidade. O papel do pedagogo surge paralelo a essas novas exigências e dentro dos princípios de uma gestão democrática, buscando um professor que tenha como referências a ética profissional, atitude investigativa e a flexibilidade, pois em sua prática pedagógica deve considerar a questão cultural que compõe o universo a ser trabalhado, pois poderá assim dar ênfase na dimensão social e humana que o universo escolar está contextualizado, organizando melhor a escola enquanto ambiente educativo. A formalização de complexas tarefas pode ser vista nas Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia, aprovado em 16 de maio de 2006, pelo Conselho Nacional de Educação. Como nos coloca Kuenzer (2002), há de se considerar que, sendo a flexibilidade, um dos quesitos no novo perfil desse profissional da educação, resta-nos analisar, se a recomposição da unidade no trabalho pedagógico se constitui de fato em tomada do processo como totalidade ou apenas em ampliação de tarefa, portanto, polivalência (Kuenzer, 2002. p. 61). Nessa concepção, algumas evidências podem ser observadas: de um lado temos o discurso pela formação de novos profissionais flexíveis, com poder de decisão, autonomia, etc.; e, por outro lado, o poder de criar e de intervir nos processos educacionais fica distante de se tornarem realidade, uma vez que esses profissionais não tiveram formação acadêmica para tal e ao longo de sua carreira, não tiveram ainda a capacitação continuada necessária, dentre outros fatores. Pelas práticas e resultados de pesquisas realizadas por Zibas (2003), encontram-se atreladas também a outros problemas, as dificuldades de interação entre os docentes e professores pedagogos para a organização do fazer pedagógico, devido ao tempo escasso para reuniões pedagógicas, e estas quando acontecem, há muita falta de professores, pelo fato de estarem conciliando o horário estabelecido em calendário escolar, com outros estabelecimentos de ensino, em vista ao seu vínculo em mais de uma instituição. Percebemos assim, que a educação, como o próprio contexto econômico, social, político e cultural, apresentam permanentes contradições, contradições estas, que provocam constantemente, necessidades de um novo olhar, um novo caminhar e um novo fazer Assim, independente do termo que se aplica hoje, ao profissional pedagogo, ou seja, Supervisor Educacional, Orientador Educacional ou Professor Pedagogo, a sua prática e a sua visão de mundo, de sociedade, de trabalho, de política e de economia é que fará a diferença. Garcia (1995), quando aborda a importância do trabalho do pedagogo, ao estabelecer metas e construir de forma investigativa e satisfatória o processo educacional juntamente com os educadores, salienta que para cumprir esse papel é preciso segurança ao transmitir esse saber e para saber é preciso estudar.

Há ainda que considerar o despertar da criticidade entre professores e alunos, no sentido de desestabilizá-los, apresentando em seguida, sugestões. Nesta perspectiva, o trabalho na escola deverá ser desenvolvido no sentido de explicitar para toda a comunidade escolar o porquê das mudanças, bem como as contradições que podem ser encontradas nessa sociedade, de modo a construir uma escola de qualidade, sendo esta a nossa pretensão ao pensar no aluno e na classe trabalhadora. Ao romper com a figura do Orientador Educacional e do Supervisor de Ensino, abrindo espaço para um novo tipo de profissional da educação, conceituado como professor pedagogo percebe-se a importância em organizar, dentro de um espaço possível, momentos de discussão, onde possa ser oportunizado a todos os envolvidos no processo educacional o conhecimento e a sistematização dessa nova forma de trabalho, de modo a articular e não fragmentar os processos educativos.

Com tantas contradições postas, podemos perceber que no Brasil, alguns avanços já foram alcançados, como por exemplo, as mudanças trazidas pela reformulação da LDB e pela proposição de diretrizes curriculares que vislumbram outra formação implicam de fato em mudanças no trabalho pedagógico das escolas.

A este respeito, Libâneo (2006) tece algumas críticas. Com suas palavras destaca: ”...é preciso reconhecer que os reais problemas estão em outro lugar, eles estão nas escolas mal organizadas e geridas, na precária formação do professorado, no baixo desempenho escolar dos alunos. A pesquisa da formação profissional tem uma ferida aberta que é o descompasso entre a definição de dispositivos legais e a realidade cotidiana das escolas. Todos sabemos que nossa escola padece de muitas carências e de muitos problemas crônicos – a pobreza das famílias, o baixo salário dos professores, a desvalorização social da profissão de professor, as precárias condições físicas e materiais das escolas, a repetência, a defasagem idade-série escolar, as dificuldades de aprendizagem dos alunos, fatores esses que contribuem para o rebaixamento da qualidade de ensino.

Há outras incidências do contexto sociocultural da escola tais como, a intensificação da urbanização que, junto a outros fatores, provocam a ampliação da diversidade social e cultural dentro da escola; o impacto dos meios de comunicação na vida escolar e na aprendizagem dos alunos; mudanças nos processos internos do aprender dos alunos; fragilidade das formas de organização e gestão da escola em meio a mudanças abruptas na organização curricular como os ciclos e integração de portadores de necessidades especiais; dificuldades do professorado em adequar-se a essas mudanças, acentuadas com a falta de domínio de conteúdos e metodologias das disciplinas, perplexidade frente a problemas ligados à violência, ao uso de drogas, à sexualidade precoce dos alunos, ao controle da disciplina na classe.

Ainda, segundo o autor, não é a reformulação legal do curso de pedagogia que trará a solução para esses problemas, segundo ele: “... uma sensibilidade maior às demandas e exigências formativas vindas da escola poderá favorecer uma melhor formação profissional, pois é disto que se trata. Parte das confusões da legislação e das dificuldades em se obter consenso sobre os currículos decorrem da falta de realismo em captar necessidades e demandas das escolas e dos professores. Penso que não estamos sabendo subordinar as políticas de formação de professores às políticas para a escola e para a aprendizagem dos alunos, e uma das razões disso está no distanciamento de alguns segmentos de educadores das questões concretas que envolvem o funcionamento da escola e o trabalho dos professores”. Mais uma vez, evidencia-se a importância de compreendermos a escola no contexto social, econômico, político e educacional, para podermos, por meio de ações, provocar mudanças. Precisamos conhecer também a realidade e as necessidades da comunidade escolar, principalmente do aluno trabalhador do período noturno, para direcioná-la ao entendimento desse contexto maior, não só preparando para o mercado de trabalho, para a cidadania ou para o prosseguimento de estudos, mas prepará-los para prosseguir para qualquer uma dessas dimensões, com espírito crítico, conhecimento científico e histórico cultural suficiente para atuar na sociedade de forma não alienada e desumana. Observamos que os alunos ao se matricularem no ensino médio noturno, em sua maioria, o fazem por ter nesse período a única opção de prosseguimento de estudos e um espaço para aquisição de uma educação formal, pelo fato de que para manter a sua sobrevivência, precisam de um trabalho durante o dia. Mas, esse fato não justifica práticas pedagógicas não planejadas e muito menos um ensino reducionista, ao que se refere à aprendizagem. Pelo contrário, a escola tem que usar de sua autonomia, para que na construção de seu projeto político pedagógico, possa relacionar a situação desses alunos com um contexto social mais amplo. Com todas as contradições, é possível uma formação digna para os novos Professores, que lhes permitam  compreender essas relações de trabalho por vezes competitivas e excludentes, dando-lhes assim condições de se organizarem para entender como funciona de verdade a educação no Brasil.

Artigo > Prof. Marcos L Souza
Licenciado em: Pedagogia, História, Música e Educação Física . Pós-graduado em Psicopedagogia, Ed especial, Alfabetização e Letramento, Ludipedagogia.  Mestre em Educação e Ciências da Religião. Consultor, formador de educação Inclusiva, pesquisador, palestrante, escritor e cronista. Mestre em Educação e Ciências da Religião. Membro da ULA ( União Literária de Anápolis). Membro da ALBA (Academia de Letras do Brasil cadeira 23).

Informações >  Whatsapp 62 99222 5377 Assessoria  e consultoria Pedagógica.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANHA, A. V. S. O conhecimento tácito e a qualificação do trabalhador. In: Trabalho & Educação. n. 2, Belo Horizonte: Revista do NETE/FaE/UFMG, 1997. CARVALHO. C. P. Alternativas metodológicas para o trabalho pedagógico voltado ao curso noturno. Série Ideias n. 25. São Paulo: FDE, 1998.
___________. Ensino noturno: realidade e ilusão. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2001. CORDEIRO, D.; COSTA, E. A. de P. Jovens pobres e a educação profissional no contexto histórico brasileiro. Disponível em: . Acesso em: 25 de novembro de 2007. FERREIRA, N. S. C; AGUIAR, M. A. S. (orgs). Para onde vão a orientação e a supervisão educacional. Campinas, SP: Papirus, 2002. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. FRIGOTTO, G. (Org.) (1998). Educação e crise do trabalho: Perspectivas de final de século. Petrópolis, Brasil: RJ: Vozes.